domingo, 20 de junho de 2010

Humildade

“Humildade


Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.
Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter e
se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.
Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.
Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.”


Cora Coralina

2 comentários:

Anônimo disse...

Como é lindo tudo que vc escreve...admiro muito este seu talento e mais ainda vc. Te adoro prima.bjos Anne

Leandro disse...

nossa, que coisa mais linda esse poema... só a Cora para ser tão sensível, tão grandiosa em sua humildade... parabéns pelo blog... aguardo uma visita no meu, tb. Lá são só textos meus
www.escorpiaodesois.blogspot.com